Um domingo com o Senhor Wittgenstein

Eu sabia que o Bertrand Russell quando apresentou o Tractatus Logico-Philosophicus de Ludwing Wittgenstein escreveu algo como um elogio incomensurável e aditou que além disso e no «além disso» estava a ironia, a obra reunia os requisitos para ser admitida a doutoramento em Cambridge. O livro é e é ainda e não deixa de ser, mesmo em ironia, uma hierarquia de sentenças sobre os limites da linguagem. Foi escrito em parte nas trincheiras, corria a I Guerra. Num mundo em que os leitores, como as crianças, gostam de lendas, ficou famoso por isso, mesmo junto de quem o não leu. A Gulbenkian teve a gentileza de o mandar traduzir.
Escrevo isto por ter visto esta noite que saiu agora um livro sobre a família toda. Segundo leio, o crítico foi impiedoso quanto à iniciativa, o que nada quer dizer.
Ludwig Josef Johann Wittgenstein, austríaco, filho de um magnata do aço; renunciou à fortuna paterna e foi viver como professor primário, na Noruega. Sobre ele produziu-se um filme avant-garde, genial mesmo quando por vezes maçador. Sigam o link, está lá todo. É um bom programa de Domingo. Uma ida ao cinema.

Frio, frio

Acham que verdadeiramente está frio? Pois então a partir desta imagem risonha, sigam para este site de fotografias polares. Depois, é recolher ao igloo à espera que chegue o mês de Maio e com ele um pouco mais de calor. Para começar é aprender como se constrói. O filme leva um pouco de tempo a carregar mas vale a pena esperar porque amanhã vem mais frio. Vê-se aqui.

Ou talvez não

Primeiro foram as livrarias a abrir espaço para os gender studies. Havia livros só sobre o género era necessário encontrar modo de o sistematizar.
Em Portugal, talvez por se equivaler género a sexo, os gay and lesbian estão juntos à Literatura Erótica. Em outros países talvez.
Ora não só de gozo e libido se trata. Percebe-se isso dando conta do modo como os arquivos se organizam já para tal. Por exemplo o Catálogo dos Arquivos Nacionais Britânicos, aqui. Por detrás de tudo isso, mais do que uma prática, há um pensamento. Claro que sobre o assunto há notícias.Encontram-se 200 mil aqui. É um mundo.
Há pois uma boçalidade redutora, a de que a especificidade cultural homo e sáfica tem apenas a ver com questões de cama.
Naturalmente há uma erótica para aqueles, como há, veja-se aqui no site da Barnes & Noble, uma erótica tradicional vitoriana. Pobre Rainha Vitória, ou talvez não. Compreende-se o puritanismo.